top

domingo, 13 de julho de 2008

Jornada

Fuçando os antigos rascunhos do meu blog achei esse post que eu nunca postei e gostei dele. É datado de 21/01/07, é sobre o dia em que eu aluguei Sonhos, do Akira Kurosawa. Era pra ser uma recomendação do filme, mas achei que se eu fosse falar qualquer coisa sobre ele eu iria estragá-lo. Fica só a recomendação sem explicações então.
Pra me dar mais motivação de não escrever nada nas férias eu devo ficar postando umas coisas antigas aqui.
Segue o texto:


Sou um viciado assumido em filmes.
Saímos numa jornada por uma locadora no bairro, fiz uma ficha na mais próxima. A locadora tinha uma entrada e uma saída, catálogo, ar-condicionado, muitos atendentes para poucos clientes. Você tem que pegar a caixa de traz, a da frente é só para amostra.
Ah, a locadora tinha uns filmes também. A maioria não faz o meu tipo (na verdade são filmes ruins, fora dos parenteses a gente tem que ser ético), mas tinha um no mais canto dos cantos, na estante mais distante da entrada (e da saída também), na prateleira mais longe dos olhos um filme que me chamou a atenção e que já tinha sido recomendado por uma professora de literatura. Foi esse mesmo.
No caixa descubro uma locadora em que não se pode pagar na volta. Volto em casa, pego o dinheiro, volto na locadora.
Entro pela entrada, a atendente faz uma piada sobre o incoveniente, eu também faço a minha sobre o meu incoveniente e finalmente consigo alugar o filme. Saio pela saída.
De qualquer forma, o filme valeu a jornada. Valeu até um post de blog.
Só resta a dúvida: por que raios uma locadora tem duas portas, uma de entrada e outra de saída? Arrrrrhhhhh.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Even me, even me...

Até agora tenho seguido fielmente o meu plano de não escrever nada nas férias.
Mentira, escrevi um rascunho de um texto em prosa aqui, mas, como eu já imaginava, tão fraquinho que não vai vir pro blog.
Eu larguei mão de ler tanta poesia também, tenho lido uns livros de prosa durante as férias. Romances e não-ficções.
Mas tem esse poema do Jack Spicer, com tradução do Ricardo Domeneck, que eu descobri no Revista Modo de Usar & Co (espero que eles não se importem, está devidamente creditado, não?) que canta muito bem um certo bloqueio em um certo ponto da poesia que, acredito eu, todo mundo tem. Gosto de pensar nos grandes poetas, como o Drummond, Bandeira, até mesmo os que eu só conheço de nome e que são importantes, tendo esse bloqueio. Dá uma coisa de humano nele, de algo não superável pelo nosso trabalho. Não queria vencer isto pra sempre, só às vezes que é bom (uma baita de uma ilusão).


Thing Language


This ocean, humiliating in its disguises
Tougher than anything.
No one listens to poetry. The ocean
Does not mean to be listened to. A drop
Or crash of water. It means
Nothing.
It
Is bread and butter
Pepper and salt. The death
That young men hope for. Aimlessly
It pounds the shore. White and aimless signals. No
One listens to poetry.



Língua Coisa

Este oceano, humilhante em seus disfarces
Resiste a tudo.
Ninguém sintoniza na poesia. O oceano
Emite ondas para a sintonia de ninguém. Gota
Ou tromba d´água. Omite
Significados.
É
Manteiga e pão
Pimenta e sal. A morte
Que os jovens almejam. Sem mira
Alveja as margens. Sinais sem mira, alvos. Ninguém
Sintoniza na poesia.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Hoje:

é meu primeiro dia de férias.
Eu venho percebendo a um tempo minha insatisfação com o blog. O último post que realmente me impolgou foi o Um Pós-Moderno, e quando eu postei eu nem gostava do poema, só depois que eu fui pegar gosto por ele. Eu tenho vários poemas guardados, mas nenhum deles me agradou. Eles precisam que eu trabalhe mais neles, mas acho difícil que isso vá acontecer.
Eu ando sem paciência pra ler o blog dos outros também, já faz algum tempo que eu não escrevo um comentário. Mas tenho lido bastante fora da internet e tenho feito planos de leitura pra essas férias.
Meu melhor plano de escrita pra essas férias é o de não escrever, mas talvez eu acabe fugindo a ele.
Muitos planos de filmes para ver, muitos filmes baixados, não assistidos e a serem gravados em dvd.
Pretendo tocar bastante baixo nessas férias, talvez até toque em palco. Nada muito pós-moderno.
Talvez eu bole algum plano pra este blog também.

E et cetera, que eu descobri que é latim.