24 horas com cara de umas 10 das lentas
Noite quente, antecedida por um dia mais quente ainda. Não lembro de ter dormido muito na madrugada passada, mas lembro de ter tido um sonho. Não sei se prefiro os sonhos de hoje ou a época em que eu não sonhava (ou pelo menos não lembrava deles). Alguns sonhos parecem servir apenas para dar alfinetadas na gente com lembranças indesejadas.
Sigo o resto do dia com sono e grudento, o ventilador parece não ventilar o suficiente. Deitei no chão pra tentar ajudar, tentei meditar. Ambos falharam.
A água estava com gosto de sabão, fui tomar um sorvete picolé. Sentei num banco, conversei, dei risada, deitei no mesmo banco, tirei os óculos, coloquei eles de volta, terminei a conversa contra a minha vontade.
Escureceu e veio a parte mais difícil de lembrar do dia. Dormi depois de assistir a um desenho. Depois acordei e comi um sanduíche. Tive uma sensação ruim de incapacidade em saciar minhas vontades que durou pouco mais de uma hora.
Olhei pra um brinquedo que comprei esses dias, que aparentemente é feito de uma bexiga verde com massinha dentro, cabelo vermelho e olhos negros. Modelei nele um sorriso bobo e amarelo. Abri a cortina como quem abre a porta da geladeira e olhei pro céu. Escrevi um texto no computador e algum tempo depois fechei a janela.