Dois poemas
mas vai, de caneca pelos bancos da nau veloz
corre e das cavas jarras arranca as tampas,
e toma o vinho rubro desde a borra, pois tampouco nós
sóbrios, poderemos nesta vigília permanecer
Fragmento de um poema de Arquíloco (que viveu lá pro século VII a.C.) trauduzido por Paula Corrêa.
Adorei ficar sabendo que o ser humano já era bem humano desde a antiguidade.
O outro poema:
os carros da enxurrada
Tombavam pela encosta
em altas cambalhotas
amáveis vendavais cheios de urros
e os carros da enxurrada
iam desabalados como o amante
pelo corpo da amada vai catando
a inesgotável pedraria.
Gira, perdoa, canta,
meu ágil coração, pura bandeira
de música tecida por mãos leves
para cobrir o corpo quando um dia
tiver estado morto, mas também -
e isso principalmente - para ir
aberta como um livro claríssimo
e sendo profanada pela brisa.
de Rubens Rodrigues Torres Filho.
Este eu tenho que dissecar e apresentar um trabalho de interpretação dele.
Um comentário:
gostei dos poemas, especialmente do segundo - mas nossa, não conseguiria escrever algo sobre a interpretação, me parece sensorial demais pra tentar ser explicado
beijos
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