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domingo, 20 de abril de 2008

O Sol e A Lua

Meio-dia,
o Sol, feito um rei,
incandescia:
"nada de novo sob mim".
E assim a tarde se fazia.
Até que o Sol
foi derrubado no horizonte.
Desceu a noite
e a Lua, subversiva,
gemeu surdamente
um ar diferente
acordando o nosso sonho
que antes
jazia.

2 comentários:

Eduardo Vilar disse...

O que eu poderia dizer? Não tenho controle sobre a minha poesia.
Mas ela só foi possível pelos últimos dias, e nos últimos tempos eu tenho sido cada vez mais eu
(e isso é ótimo).

Stephanie disse...

Duda,

você fica tempos sem aparecer no meu canto, mas quando passa deixa uns comentários ótimos =)

eu já estava um tempo sem comentar por aqui, embora tenha visto seus últimos poemas. Aliás, gostei bastante da idéia da 'Lua Subversiva'.

Quanto ao que você me disse:
1) adoro Italo Calvino. Foi um escritor que me acertou feito porrada, quando li Cidades Invisíveis. Desde então tudo dele que vem à minha mãe eu pego. 'Se um viajante' é muito metalinguístico: sobre escrita, leitura, ficção, estrutura narrativa, etc. Mas quando vc embarca nele, é ótimo.

2)a idéia de 'intimidades não-biograficas' aprendi com uma poeta dos anos 70/80 chamada Ana Cristina Cesar, que escrevia poemas como trechos de diários e cartas. Foi ela que me fez ver como a intimidade pode ser poética, e não precisa ser exatamente a minha. Mas então nunca é algo 'puro'. É ficção, com traços de biográfico. Se cê gostou, dá uma olhada cartas anteriores qq hora dessas.

3) alguns textos lá no blog que tem uma 'voz própria', por isso os marcadores pra cartas e personagens. Tento pensar nessas vozes e fazer com que cada uma soe cada vez mais clara. Não sei se chega a ser algo extremo como o Pessoa, mas minha intenção é arriscar esses estilos e ver no que dá.

nossa, que enorme. Obrigada pelos seus comentários. Quer bom que você tem sido cada vez mais você.

beijos