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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Química

Eu sozinho, entediado,
que mal fui amado,
vou no doutor
descobrir uma dor.

A análise fria
de meu corpo quente
indica um nome de doença
e seu combatente:

Pílula do Genérico Amor!
Pra curar essa falta de alguém,
pra fazer todas essas coisas,
coisa e tal.

Ah, euforia,
estou apaixonado!
Ando errando muito,
engraçado...

Foi bom à beça,
mas em duas estrofes
logo cessa.
O que parecia duradouro
fica chocho.
Passa relacionamento
vai perdendo efeito
e as doses vão crescendo.

Cada vez mais insaciado
busco por inspiração,
algo mais forte.

Que nada,
forte sou eu
pois agora tudo me é fraco.

Perdida de vista a cura
do meu eu tão coitado
sou todo largado.
Com a ponta da agulha
te injeto com fúria
e dou um sorriso abestado.

Em meio a tantas cores
e sensações que me são estranhas,
a vejo toda brilhante,
distorcida. Num instante,
um vulto dobrando a esquina,
seu corpo, calejado da química,
e eu, escorado num muro sujo,
apagando.

10 comentários:

Bárbara Lemos disse...

Ei, eu também estou precisando desse remédio. Onde fica mesmo o médico? rs

Beijo meu.

R. S. Diniz disse...

Um de seus melhores poemas, sem dúvida.


E pelo nível de inspiração, atrevo-me a palpitar que você está apaixonado.

Maria Joana disse...

Nossa! Adorei esse poema. Mesmo! saiu super inspirado, e os jogos com as palavras, uma dose de bom-humor junto.. ficou delicioso.
De onde vem toda essa inspiração?

Ah, eu também mal tenho entrado na net desde que voltei, foram poucas vezes. Minha vida anda uma bagunça e mudou muita coisa desde a minha volta. Quero sorvete de novo.. e aquele mesmo sentimento que às vezes me escorre pelos dedos, junto com o sorriso.
Ah.. eu recebi teu e-mail, só que não consegui salvar as fotos. :(
Saudades

Mariliza Silva disse...

Quando se é vencido pelo amor, aí sim nos tornamos vencedores!

Adorei seu poema. Parece indefezo mas de muita fortaleza.

Beijos

Mariliza

Orange disse...

Eu apertei o botão na expectativa de algo explodir ^^

Um remédinho mágico, mas tenha cuidado com os genéricos e os feitos de farinha, vai que o efeito é diferente, mas parecido o.O

Anônimo disse...

A inspiração anda correndo solta, pelo que leio nas entrelinhas, hein?

Belo poema, bela descrição de algo indescritível.

Abraço!

Mafê Probst disse...

Me dá um teco deste?

Anônimo disse...

Duuuuuuuu =] Passando aki =]
adoroooo vc =D
mas o post melhor, continua ( FULANOS " =p uhaahuhaua

Anônimo disse...

oi, eduardo! ainda nao tive tempo de ler tudo, mas gostei desse... vou linkar no meeeeu! beijos

Ricardo disse...

meu amigo, li e reli e reli... achei excelente.